Representantes da Semob, Metrô e DFTrans apresentaram dados do setor
Vanessa Cortines, da equipe ZEE-DF
Brasília (05/09/2015) – Com a premissa de compatibilizar e recepcionar planos setoriais de governo em seus estudos técnicos, a Coordenação Geral Técnica do Zoneamento Ecológico-Econômico do Distrito Federal (ZEE-DF) promoveu, ontem, uma reunião com equipes de três órgãos da área de transportes do DF: Secretaria de Mobilidade (Semob), Companhia do Metropolitano (Metrô) e da autarquia de Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), além de técnicos da Companhia de Planejamento (Codeplan). Em pauta, os investimentos previstos para o setor nos próximos anos.
O encontro entrou para a série de análises continuadas que vêm sendo feitas pela equipe que coordena o ZEE-DF, visando conhecer mais a fundo as dinâmicas socioeconômicas que subsidiarão o pré-zoneamento. “São temas relevantes para a matriz socioeconômica do ZEE-DF e, nesta fase de definição de zonas e subzonas, acabam sendo discussões essenciais. É fundamental compreender os rumos que estão sendo seguidos pelo governo e, claro, tomar decisões que vão de encontro com os estudos de presente e futuro”, afirmou Maria Sílvia Rossi, da Secretaria do Meio Ambiente e da Coordenação Geral Técnica do ZEE-DF.
Logo na abertura da reunião, foi apresentado o Plano de Mobilidade para o Distrito Federal, com informações interessantes sobre dinâmicas e rotinas de locomoção do DF e Entorno. Entre elas, o aumento das viagens dentro das Regiões Administrativas e a diminuição da dependência de trabalho no Plano Piloto. Constatação, aliás, destacada pela engenheira da Codeplan e Doutora em Transportes pela Universidade de Brasília (UnB), Mônica Velloso: “Os resultados da PDAD realmente têm mostrado que o movimento pendular entre casa e trabalho ainda predomina, mas essa é uma dinâmica que está mudando, seja por viagens de saúde, lazer ou outros motivos”.
Em sua explanação, Ednardo Ferreira, do DFTrans, abordou outros tópicos – capacidade ociosa de transporte coletivo de passageiros, cinturões de terminais rodoviários, tendência de fortalecimento da bilhetagem eletrônica com integração, etc. – e ainda fez uma previsão preocupante: “Se nada mudar, muito em breve o sistema entrará em colapso. A rodoviária do Plano Piloto, por exemplo, está saturada e, sem não agirmos agora, ela poderá colapsar já em 2018”.
Na lista de investimentos previstos pelo Governo de Brasília nos próximos anos, está o projeto de expansão do Metrô, com a implementação de cinco novas estações (duas em Ceilândia, duas em Samambaia e uma na Asa Norte). “Além disso, já começaram os estudos de viabilidade de três linhas de Veículo Leve sobre Trilho (VLT), mas estes ainda se encontram em estágio inicial”, apontou Carla Pedrosa, do Metrô.
Preocupada em considerar todos os dados técnicos no planejamento e na ocupação do território, a equipe da Secretaria de Gestão Territorial e Habitação (Segeth) apontou a importância de convergir as questões de desenvolvimento urbano com os eixos de mobilidade, lembrando ainda a necessidade de se viabilizar os polos produtivos em áreas já previstas no Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) e próximas aos diversos modais de transportes.
“É um consenso: o DF precisa de uma política econômica definida, de preferência com diversificação da base produtiva. Mas, para que isso seja feito de forma eficiente, é preciso entender as dinâmicas socioeconômicas, os projetos governamentais, as demandas da população, etc. E o ZEE-DF é um instrumento que tem a premissa de avaliar e compatibilizar todos os aspectos, norteando a gestão territorial de forma integrada”, concordou Maria Sílvia Rossi, da Sema.
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